Se na minissérie bíblica Rei Davi, da Record, Cacau Melo (28) interpreta Raquel, uma guerreira de personalidade inquieta e expansiva, na vida real, o seu momento é de introspecção.
“Acho que a proximidade dos 30 anos tem me feito olhar mais para
dentro. Vivo uma fase bastante caseira, de descobertas e de silêncio.
Hoje em dia, minha programação preferida é ler um bom livro ou ir ao
cinema. Nos próximos dias, viajo para a Índia, onde devo ficar por um
mês em um retiro espiritual. Sempre morri de vontade de conhecer o país,
e ela aumentou ainda mais quando fiz a novela Caminho das Índias, em
2009. Mas, infelizmente, não cheguei a gravar lá. Agora, vou realizar um
sonho e acho que não poderia ter escolhido destino melhor”,
contou, na Ilha de CARAS. Apesar do período de quietude, a atriz enxerga
muitas semelhanças com a postura determinada da personagem. “Ela é
uma menina à frente do seu tempo, de vanguarda, não se conforma com a
posição que a mulher ocupa na sociedade e aprende a lutar às escondidas.
Tenho muito dela. Não me considero exatamente uma feminista, mas sou
bem forte, louca por desafios. E cada vez mais Raquel alimenta essa
minha gana de aprender, de correr atrás do que acredito em todos os
aspectos da vida”, completou ela.
– Como você se enxerga?
– Uma metamorfose ambulante. A música de Raul Seixas
me define muito bem. Consigo ser amiga de pessoas totalmente diferentes,
tenho grande maleabilidade. Isso é um privilégio. Rigidez não combina
comigo e a única coisa que me tira do sério é o autoritarismo.
– Também é maleável em seus relacionamentos?
– Geralmente, sim. Mas o convívio diário com um amor é outro tipo de
experiência, bem mais complicada. Nem sempre é possível aparar todas as
arestas.
– Você está namorando?
– Não. Estou solteiríssima, o que também pode ser maravilhoso. Sigo me
conhecendo mais, curtindo minha companhia... Muitas vezes não é possível
fazer isso quando se está profundamente envolvida com alguém.
– Como se mantém bonita?
– Malho com um personal trainer que cuida muito bem de mim.
(risos) Tive de intensificar os exercícios aeróbicos e de musculação
para fazer a minissérie. Precisei ganhar condicionamento por causa das
cenas de luta, que são para valer, bastante reais. Além disso, também me
submeto à drenagem linfática com certa frequência. A única coisa
difícil no momento é manter esse cabelão de megahair. Dá bastante
trabalho.
– Você já teve vários estilos, como é a verdadeira Cacau?
– É verdade. Ser eclética é uma característica minha. Já fui hippie,
grunge... Agora, como estou caminhando para os 30 anos, acho que adotei
um estilo básico. Além disso, hoje procuro usar roupas que valorizam o
meu biotipo, já que sou baixinha.
– Como surgiu em você o desejo de atuar?
– Nunca foi um sonho. Na verdade, queria ser veterinária, amo animais. A
possibilidade apareceu quando um amigo me convidou para fazer um curso
de teatro, sem grandes ambições, e me encantei. Desde então, nunca mais
parei de estudar interpretação, inclusive fiz faculdade de Artes
Cênicas. A TV cruzou meu caminho quando fui chamada para o seriado Aprendendo a Empreender, no Canal Futura, em 2004. No ano seguinte, participei do concurso A Nova das Oito, do Caldeirão do Huck, e fui escolhida para viver uma funkeira na novela América. Depois, pintaram outros trabalhos como as peças A.M.I.G.A.S e Monólogos da Vagina, a minissérie global Amazônia, a trama do SBT Amigas e Rivais, Caminho das Índias, e, agora, Rei Davi.
– Você participou do reality show A Fazenda 2, em 2010. O que achou da experiência?
– Foi difícil, mas incrível. Conviver 24 horas com pessoas totalmente
estranhas é testar os limites. Talvez aceitasse participar de outro
reality só para ver se aprendi a lição direitinho. (risos) Temos de
aproveitar o que a vida nos dá. Muitas vezes, aquilo o que desejamos não
é o que a gente precisa. Por isso, procuro estar sempre aberta ao que
aparece e, antes de tudo, ser sincera comigo mesma.
by Revista Caras
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